Acredito que o liberalismo é o melhor caminho para economia, desde que todos tenham as mesmas condições de competir. Também acredito que o Capitalismo é o sistema menos ruim a ser seguido, entretanto as empresas, instituições brasileiras, tem muito oque aprender sobre responsabilidade! E essa matéria do Valor Econômico mostra o quanto ainda temos que evoluir.
Banco não repassa a cliente menor taxa Selic da história
Bancos não repassaram aos clientes o ganho obtido com a queda no custo de captação provocada pela redução da taxa básica
Por Alex Ribeiro e Estevão Taiar — De Brasília
26/09/2019 05h00
O Banco Central indicou em junho que voltaria a reduzir a taxa básica de juros (Selic), depois de mantê-la estável em 6,5% ao ano por 11 meses. Desde então, a Selic teve dois cortes, está em 5,5% e o BC deixou claro que haverá pelo menos mais um corte até dezembro. Apesar disso, os bancos não repassaram aos clientes o ganho obtido com a queda no custo de captação provocada pela redução da taxa básica.
A remuneração paga pelos bancos para captar recursos caiu 1,1 ponto percentual entre maio e agosto – de 7,4% para 6,3% ao ano. No mesmo período, os juros médios cobrados nos empréstimos concedidos a empresas e pessoas físicas recuaram apenas 0,6 ponto percentual, de 38,5% para 37,9% ao ano. O chamado spread bancário – a diferença entre o custo de captação e os juros dos empréstimos – engordou a margem bruta de lucro dos bancos. Entre maio e agosto, subiu 0,5 ponto percentual, de 31,1% para 31,6%.
Os dados dizem respeito somente ao chamado crédito livre, segmento em que os bancos têm liberdade para fixar os juros dos empréstimos a partir de seus custos. No crédito direcionado, que utiliza recursos subsidiados do Tesouro Nacional ou de fontes como o FGTS, os juros são menores, mas não são livremente fixados pelos bancos. Em tese, os juros do crédito livre deveriam refletir o nível de competição dos bancos.
De outubro de 2016 a março de 2018, a taxa Selic recuou de 14,25% para 6,5% ao ano e, desde agosto, para 5,5% ao ano, a menor taxa da história. De maio a agosto, o que se viu na ponta foi a elevação dos juros, por exemplo, no crédito rotativo do cartão de crédito, que saltou de 299,8% para 307,2% ao ano. Levando-se em consideração todo o crédito bancário, as taxas tiveram alta de 0,8 ponto percentual em 12 meses até agosto.
Quando se considera o ciclo de corte da Selic iniciado em outubro de 2016, o juro do crédito livre caiu 16 pontos percentuais, de 53,8% para 37,9% ao ano.